A Netflix lançou sua mais recente série, intitulada “Corpos”, e ela tem atraído a atenção de espectadores de todo o mundo. A trama gira em torno de um enigma policial que envolve quatro detetives de diferentes períodos – 1890, 1941, 2023 e 2053 – investigando o mesmo assassinato. Porém, o que torna essa série especialmente intrigante é o “paradoxo do bootstrap” e a figura misteriosa de Elias Mannix, interpretado por Stephen Graham.
O enredo de “Corpos” mergulha na complexidade da viagem no tempo, e o cerne dessa complexidade é o chamado “paradoxo do bootstrap”. Esse paradoxo surge quando um objeto, informação ou, no caso da série, uma pessoa, existe sem uma origem clara.
Elias Mannix, o personagem central da trama, nasceu no século 21, mas sua jornada o leva de volta a 1890, onde ele inicia uma linhagem familiar que eventualmente o levará a renascer no século 21. Essa dinâmica temporal cria um quebra-cabeça intrigante, pois não está claro como esse ciclo temporal teve início. Se a linhagem de Elias depende de eventos causados por suas próprias ações de viagem no tempo no futuro, surge a pergunta: como e onde tudo começou?
Infelizmente, não temos uma resposta definitiva para essa questão, mas podemos tentar esclarecer essa complexa linha do tempo da melhor maneira possível.
O “paradoxo do bootstrap” torna praticamente impossível determinar o ponto de origem da linha do tempo. No entanto, para fins de análise, tomamos 2053 como nosso ponto de partida. Nesse ano, Elias Mannix, influenciado por seu eu mais velho, empreende uma missão para transformar Londres em uma utopia, seguindo as instruções de seu eu futuro.
Gabriel Defoe, um cientista proeminente no campo da teoria quântica da gravidade, também conhecida como viagem no tempo, está determinado a detê-lo. Defoe segue o rastro de Elias por meio de “A Garganta,” um portal do tempo. Contudo, um evento inesperado envolvendo DC Maplewood, manipulada por Elias em virtude de sua visão do futuro, resulta em um ato desesperado – o disparo no olho de Defoe.
Mais tarde, descobrimos que Defoe estava “muito fraco” para seguir Elias devido à lesão, e seu corpo acabou “dividido e espalhado no tempo.” Essa complexidade explica por que seu corpo aparece em múltiplas linhas do tempo, aguardando para ser descoberto por detetives de diferentes épocas, incluindo Maplewood, que inadvertidamente atirou em Defoe quando encontrou seu corpo alguns dias antes.
Elias viaja com sucesso de volta a 1890, onde é descoberto em Longharvest Lane e levado a um hospital. Nesse ponto, ele elabora uma história convincente para Lady Agatha Harker, mãe de Sir Julian Harker, morto na guerra quatro anos antes. Elias afirma ser seu filho perdido há muito tempo, que milagrosamente escapou da captura e encontrou o caminho de casa.
Usando promessas de um futuro próspero, riqueza, netos e o amor inabalável de um filho dedicado, ele persuade a mãe enlutada a se juntar a ele no ardil e recebê-lo em sua casa. Poucos dias depois, o inspetor DI Hillinghead descobre o corpo de Defoe em Longharvest Lane, desencadeando uma investigação complexa. O que se segue é uma série de reviravoltas, com Hillinghead confessando falsamente o assassinato em uma tentativa desesperada de proteger seu amante, de acordo com o plano orquestrado por Elias.
Paralelamente, Elias desenvolve um relacionamento secreto com a filha de Hillinghead, Polly. O enredo fica ainda mais complicado quando Elias intercepta a carruagem de Hillinghead a caminho da prisão e revela seu envolvimento com Polly. Hillinghead se opõe com veemência a essa relação, o que leva Elias a tomar medidas drásticas. Diante da potencial ameaça ao seu futuro cuidadosamente planejado, Elias assassina Hillinghead e encena a morte como um suicídio.
Daquele ponto em diante, Elias continua a seguir seu plano, buscando se casar com Polly. O relacionamento deles culmina no nascimento de um filho. Nesse momento, Elias revela a Polly: “Ele crescerá, terá filhos, e os filhos deles terão filhos, e um deles será meu pai.”
Avançando para 1941, Elias está envelhecendo e se aproxima do fim de sua vida. Polly permanece ao seu lado, determinada a ajudá-lo a cumprir seu destino e reiniciar o ciclo. Isso se torna crucial, uma vez que, sem a intervenção deles, seu filho deixaria de existir.
Elias começa a gravar mensagens para si mesmo, encorajando ações extremas, incluindo a ideia de explodir Londres e causar a morte de milhares de pessoas, tudo em nome de inaugurar uma nova era, um novo mundo onde a liberdade e o amor prevalecem.
Simultaneamente, Elias e Polly, munidos do conhecimento do futuro, sabem que o corpo de Defoe deve aparecer novamente em Longharvest Lane. Eles recrutam o DS Whitem para se livrar do corpo de Defoe, garantindo que os eventos continuem conforme o planejado.
Contudo, os eventos não se desenrolam como planejado, e Whiteman assassina Polly e Elias por seu envolvimento na morte de Esther. No entanto, as mensagens gravadas por Elias são preservadas e aguardam para serem entregues ao seu eu mais jovem em 2023, garantindo a continuação do ciclo.
A narrativa revela que Elias Mannix nasceu, ou renasceu, em 2008, sendo filho de seu bisneto, DCI Barber. Em essência, Elias é seu próprio tataraneto.
Em 2023, DS Hasan encontra o corpo de Defoe em Longharvest Lane e inicia sua própria investigação sobre sua morte. A verdadeira complexidade da conspiração se desdobra quando todos os envolvidos estão determinados a seguir o destino predeterminado de Elias. Assim como Polly, todos estão comprometidos em ajudá-lo a concretizar sua visão.
O jovem Elias, que cresceu sob cuidados após ser “rejeitado” por seus pais biológicos, é informado por meio das gravações que, seguindo o plano de explodir Londres e transformá-la em uma utopia de sua autoria, ele finalmente será “amado.” Ele é incentivado a voltar a 1890 e viver a vida de Sir Julian Harker, uma vida repleta de calor em vez de frieza. A gravação ressalta que ele se tornará seu próprio eu mais velho, estabelecendo um ciclo infinito.
Apesar dos esforços incansáveis do DS Hasan para impedi-lo, Elias detona a bomba, dando início à “nova era,” conforme instruções de seu eu mais velho. Em seguida, ele viaja de volta a 1890, partindo de 2053, colocando o ciclo temporal em movimento mais uma vez.
Para os espectadores que desejam mergulhar nesse intricado quebra-cabeça temporal, todos os episódios de “Corpos” estão disponíveis para transmissão na Netflix.
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