Akira Toriyama, cujo nome se tornou sinônimo de sucesso no universo dos mangás e animes, deixou um legado que transcende gerações. O criador de “Dragon Ball”, uma saga que cativou e continua a encantar fãs ao redor do globo, era conhecido por sua personalidade reservada, uma característica que contrasta fortemente com a magnitude de sua obra.
Em uma rara manifestação em 2013, Toriyama compartilhou pensamentos íntimos sobre sua jornada, revelando um olhar introspectivo sobre como “Dragon Ball” serviu como um veículo de aceitação em uma sociedade da qual ele preferia manter distância.
Nascido na província de Aichi, Japão, em 1955, Toriyama começou sua carreira no design antes de se aventurar no mundo dos mangás. Apesar de sua admiração inicial pelo gênero, foi apenas na casa dos vinte anos, após uma temporada em uma agência de publicidade, que ele decidiu dar vida às suas próprias histórias.
Seu debut em 1978 com “Wonder Island” logo foi seguido pelo sucesso de “Dr. Slump“, a história de uma garotinha robô com superpoderes, que pavimentou o caminho para a criação de “Dragon Ball” em 1984.
“Dragon Ball” começou como uma aventura inspirada em clássicos literários e na admiração de Toriyama por Jackie Chan. Contudo, o que se iniciou nas páginas da Shonen Jump, uma revista destinada ao público juvenil japonês, rapidamente se expandiu para uma série que definiu o gênero, abrangendo mais de 500 capítulos.
A história de Son Goku e sua busca pelas esferas do dragão capturou a imaginação de leitores e espectadores, transformando-se em um império de animes, filmes, videogames e mais, gerando um sucesso comercial sem precedentes.
Apesar de sua aversão ao convívio social, Toriyama enfatizou a importância de cumprir prazos, uma disciplina aprendida em seus dias de designer. Essa rigidez, segundo ele, foi crucial para sua produtividade, embora admitisse que o processo criativo fosse muitas vezes árduo e desgastante. A repetição exigida pela criação de mangás, confessou, era um desafio constante à sua paciência.
O próprio Toriyama expressou surpresa com a escala de seu sucesso, reiterando que seu único desejo era entreter os jovens leitores do Japão. Sua humildade e dedicação ao ofício ressoam profundamente em seu legado, inspirando não apenas fãs, mas também futuros artistas. A marca indelével deixada por “Dragon Ball” no tecido cultural global é um testemunho do impacto que uma única pessoa pode ter, independentemente de sua natureza reservada.
Akira Toriyama, por meio de sua obra e personalidade, demonstra que a verdadeira aceitação vem da autenticidade e da paixão pelo que se faz. Enquanto sua partida deixa um vazio no coração dos entusiastas de mangá e anime, a jornada de Goku, seus amigos e adversários permanece como um símbolo de perseverança, amizade e aventura.
“Dragon Ball” não é apenas um milagre de narrativa, mas um espelho da alma de seu criador, continuando a inspirar e divertir, provando que, mesmo as personalidades mais “difíceis”, podem alcançar a imortalidade através da arte.
Fonte: France24.
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