
As gigantes da indústria de jogos Tencent e Ubisoft são as mais recentes empresas a adotarem a Inteligência Artificial (IA) em seus processos de desenvolvimento. Ambas anunciaram recentemente a utilização das ferramentas de geração de IA criadas pela Nvidia, destacadas na apresentação da Nvidia no CES. O foco dessas ferramentas, especialmente o Nvidia ACE (Avatar Cloud Engine), é acelerar a criação de Personagens Não Jogáveis (NPCs) complexos.
Essa iniciativa tem gerado controvérsia no setor, especialmente em um momento em que a utilização de IA em jogos ainda é um tema delicado. A decisão da Ubisoft chama a atenção, tendo em vista críticas anteriores sobre semelhanças entre NPCs recrutáveis em um de seus jogos mais recentes, Watchdogs: Legion. No entanto, a empresa já indicou que irá intensificar o uso de IA, inclusive com uma ferramenta chamada Ghostwriter, para auxiliar sua equipe narrativa.
Para a Tencent, a mudança parece mais natural, dado seu histórico de buscar maneiras inovadoras de aprimorar sua produção, especialmente no competitivo mercado de jogos móveis na China. A empresa, que possui dezenas de estúdios e investimentos substanciais em criadores de jogos como a Riot Games, já expressou sua posição positiva em relação ao uso da IA no desenvolvimento de jogos.
Apesar do potencial dessas ferramentas, há preocupações quanto à clareza dos dados em que os modelos de IA são treinados. Outras empresas de IA, como a Midjourney, enfrentaram acusações de apropriação do trabalho de artistas humanos, aumentando as dúvidas sobre a ética e a originalidade no uso da IA.
Ambas as empresas, Tencent e Ubisoft, têm sido acusadas de não dedicar tempo e recursos suficientes para o desenvolvimento de jogos. A adoção da IA poderia aliviar o ônus do desenvolvimento, mas há receios de que isso possa ser uma tentativa de substituir, e não complementar, o trabalho humano.
Por outro lado, a tecnologia poderia ser benéfica no design de jogos vastos como Assassin’s Creed, permitindo aos designers se concentrarem mais nos personagens principais. Ainda assim, mesmo com designers humanos, jogos como Watchdogs: Legion enfrentaram críticas por não conseguirem criar NPCs que parecessem reais e profundos.
No mercado de jogos móveis, a questão se torna ainda mais complexa. Em gêneros como gacha ou RPG, onde o apelo dos personagens é crucial, a automação no processo de criação pode afetar o que os torna agradáveis. A aceitação dessas mudanças pelos jogadores será um fator determinante no sucesso ou fracasso dessa nova abordagem.
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