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Resident Evil 3.5: o jogo “excluído” da Capcom
Para a criação do Resident Evil 4 que conhecemos hoje, várias ideias foram descartadas e várias outras contribuiram para a ideia do jogo que conhecemos hoje...
O Resident Evil 4 foi um dos jogos mais populares do Playstation 2, sendo o terceiro colocado de acordo com o Metacritic. A sua popularidade ainda é grande, ainda mais depois de uma renovação na jogabilidade e gráficos com o seu Remake lançado recentemente. Entretanto, para chegar até aqui, algumas ideias tiveram que ser descartadas, como Resident Evil 3.5.
Embora o que conhecemos hoje do Resident Evil 4 seja fantástico, quatro ideias tiveram que ser ‘descartadas’, ou melhor dizendo, readequadas para o lançamento do jogo. As ideias anteriormente descartadas geraram em torno do nome Resident Evil 3.5, que davam mais ênfase ao terror psicológico dos quais os jogadores já estavam familiarizados, dos outros jogos da série.
O conjunto dos conceitos trabalhados do Resident Evil 3.5 foram essenciais para o sucesso do Resident Evil 4. Dentre as ‘ideias ‘reformuladas’ estão os títulos Canceled Biohazard 4 (Biohazard 4 cancelado), Castle (Castelo), Hallucination (Alucinação) e Zombie (Zumbi). Todos esses conceitos, junto com tantos outros, deram vida ao que conhecemos como Resident Evil 4.
Ao longo de todo o trajeto para se chegar no resultado final, os conceitos utilizados foram reajustados pela Capcom de modo a equilibrar a ação e o terror no que se tornaria o novo jogo da série. Alguns desses conceitos foram completamente descartados para a criação do RE4 e posteriormente deram origem a um jogo inteiramente novo.
Resident Evil 3.5: Canceled Biohazard 4
O desenvolvimento inicial se deu com o Biohazard 4, dirigido por Shinji Mikami em 1999, que seria inicialmente uma sequência do então Resident Evil 3. Shinji Mikami é bastante conhecido e coleciona vários jogos de renome como Dino Crisis(1999), The Evil Within(2014),Vanquish (2010), Atribuição: Ada(2005), Resident Evil(1996), Resident Evil (2002) e Resident Evil 4(2005).
Mas Shinji Mikami entregou a direção para o Hideki Kamiya, que logo mudou o rumo da história para uma completament diferente. Tal conceito explorava a ideia dos personagens Tony Redgrave e seu irmão gêmeo, Paul Redgrave, que receberiam habilidades sobre-humanas do vírus Progenitor.
Nessa trama, Tony, filho de Oswell E. Spencer, exploraria uma instalação da Umbrella na ilha de Mallet. No entanto, por ser uma ideia completamente distante do mundo de Resident Evil, o título foi deixado de lado para ser aproveitado em outro jogo. Com uma mudança de cenário e de personagens, o conceito então se transformou no que conhecemos hoje como Devil May Cry Original do PS2.
Resident Evil 3.5: Castle (aka Fog/Airship)
O conceito de RE: Castle (Castelo), conhecido também por ‘Fog’, Leon S. Kennedy retornaria a série infectado, logo depois dos eventos Resident Evil 2. A história se passaria na suposta sede daUmbrella Corporation, o castelo do Oswell E. Spencer.
Nessa trama, Leon encontraria uma jovem e o seu amigo BOW; juntos, descobririam os planos de Spancer que envolvia a criação de uma ferramenta desenvolvida pela Umbrella Pharmaceuticals para alcançar a imortalidade.
Ao contrário do famoso Nemesis e do Mr. X, que aparecem nas séries anteriores de RE, em Castle Leon seria perseguido durante o jogo por uma criatura, a ‘Nevóa’. Mas como o jogo estaria também no Gamecube da época, a ideia teve que ser descartada, pois o hardware do console não suportava bem os efeitos gráficos do monstro.
O conceito de Castle foi então descartado para evitar limites de hardware ao console e foi doado para a Production Studio 1, que acabaria reutilizando para dar à versão final do Haunting Ground.
Resident Evil 3.5: Hallucination
Em 2003 o conceito mudou para ‘Hallucination‘, conhecido também por ‘Hook Man‘, em referência ao inimigo chamado Hook Man que apareceria quando o Leon estivesse alucinando. No enredo, Leon seria mais uma vez infectado, mas desta vez os inimigos estariam apenas em sua mente por conta do efeito colateral neurológico, como uma esquizofrenia.
Em um retorno às raízes do terror da série, Leon alucinava inimigos, como bonecos possuídos e monstros humanóides, que apareciam inesperadamente ao longo do cenário do jogo. No entanto, a ideia foi descartada antes mesmo de sua conclusão.
Embora descartado, o jogo já tinha muito concluido, sendo inclusive apresentado na E3 para os fãs da série. Na apresentação, Leon explorava os quartos de um prédio abandonado antes de ser confrontado pela alucinação do Homem Gancho, que seria o clímax da demonstração.
De todos os conceitos explorados, ‘Hallucination’ foi um dos mais comentados, visto que foi apresentado no evento de jogos da E3 para os fãs presenciarem tudo o que tinha sido feito. Um fato curioso é que o recente Resident Evil 4 Remake apresentou easter egg sobre o Homem Gancho, que pode ser visto enquanto os jogadores navegam em Ashley pelo cenário do Castelo.
Resident Evil 3.5: Zombie
Ainda em 2003, um novo conceito chamado de ‘Zombie’ foi criado, mas chegou a ir muito longe no desenvolvimento. Na esperança de retomar ao clássico terror de Resident Evil, o jogo apresentaria vários zumbis hominídeos chamados de ‘Dabamen‘. O conceito foi ligeiramente descartado devido ao temor de que entediaria os jogadores e fãs da série, nem mesmo sendo criado arte conceitual ou materiais divulgados do desenvolvimento.
No entanto, o dabamen foi a base para a criação dos Ganados de RE4.
De Resident Evil 3.5 para Resident Evil 4
Após dois anos em desenvolvimento e meio a várias ideias descartadas, uma equipe nova assumiu o que conhecemos hoje como a versão final de Resident Evil 4. A direção do jogo voltou para as mãos do grande Shinji Mikami que, posteriormente, reutilizou e combinou vários dos conceitos descartados anteriormente para um título único.
Mikami retornou a então discussão de colocar o RE4 como um jogo que equilibrava ação e terror ao mesmo tempo. Ele então começou revisando o sistema de câmeras para se adequar a jogabilidade de ação e implementando recursos para uma experiência que visava o estilo de jogo mesclado entre terror e ação.
Após vários meses em desenvolvimento, ele então decidiu deixar de lado os zumbis cambaleantes e os locais encaixotados dos títulos anteriores, dando vida ao novo cenário de Mikami.
Quando o título foi lançado em 2005, esses riscos valeram a pena, com Resident Evil 4 sendo considerado por muitos como o melhor título que a série já produziu. Agora, em 2023, Resident Evil 4 Remake foi lançado e com ele, as atribuições do RE3.5 com as do antigo RE4 tomaram forma mais uma vez para dar luz ao atual título da Capcom.
Embora muito foi descartado, foi essencial para o que conhecemos do RE4 e, sem dúvidas, não teríamos conhecido e jogado o Devil May Cry que também foi um grande sucesso, ou até mesmo o clássico Haunting Grounds.
Diretor chefe do website Gamefera. Viciado em jogos desde a época em que jogos ainda eram apenas jogos, ele teve seu primeiro encontro com esse mundo mágico em uma Lan House, que se tornou sua segunda casa. Seu primeiro console de verdade chegou quando ele já tinha os seus 25 anos; aos 12 anos ele já desbravava os limites do seu PC fraquinho, enfrentando Skyrim a 20 FPS como um verdadeiro herói destemido. Nada o impedia de jogar e explorar cada cenário épico que o mundo dos games tinha a oferecer.
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